Na Herdade Aldeia de Cima não existe um pedaço de terra igual ao outro. As suas características particulares atraíram e fixaram aqui população desde tempos imemoriais e foi numa terra fresca, a 330 metros de altitude e na inclinação da rocha mãe de xisto, que se ergueu a aldeia.
Santana é uma pequena aldeia no concelho de Portel, junto à antiga estrada romana entre Évora e Beja, que faz fronteira com a Vidigueira, no limite sul do Alto Alentejo. "Sant'Anna da Serra do Mendro" é mencionada pela primeira vez no séc XVIII, após a remodelação da igreja medieval, entre "duas aldeyas que lhe chamam huma a de Baxo, outra a de Sima", de acordo com as Memórias Paroquiais de Portel, Vila Viçosa, de 1722 a 1832. O povoado de "Sima", referenciado em 1758, terá dado origem à Herdade Aldeia de Cima.
Trabalhar a favor da natureza e não contra ela é o lema de todos os dias de Luisa e Francisco que encaram a Herdade Aldeia de Cima como um projeto de vida, vivendo a autenticidade deste lugar e o espírito comunitário da aldeia que se encontra na área ecológica ibero-mediterrânica da Zona Ossa-Morena.
Compreendendo uma enorme extensão de sobro e azinho, incluindo 1750 hectares na Serra do Mendro, aqui sempre se praticou um aproveitamento da terra tipicamente mediterrânico em solos de xisto aparentemente pobres, mas ricos em diversidade.
Este sistema agro silvo pastoral do montado de intervenção antropogénica baseia-se na presença mista de duas espécies de carvalho – o sobro (quercus suber) e o azinho (quercus rotundifólia) – fornecendo uma variedade de alimentos e habitats de vida selvagem, fundamental para a conservação dos solos, a regulação do ciclo da água, a diminuição das emissões de carbono e a conservação da biodiversidade.
Ainda hoje praticamos uma gestão agroflorestal sustentável, que prevê o lucro médio-longo prazo.
A arquitetura tipicamente alentejana das casas e edifícios agrícolas originalmente construídos em taipa e tijolo, com paredes totalmente caiadas de branco pontuadas por pequenas janelas, foi recuperada pelos atuais proprietários, permitindo reviver a autenticidade deste lugar e o espírito comunitário da aldeia.
Devido ao isolamento, as populações alentejanas desenvolveram uma forma de vida autónoma e sustentável, refletida na gastronomia rica, que combina os produtos do pastoreio - o leite, a coalhada, os queijos e a carne do cordeiro - com os ingredientes das hortas e dos pomares e o mel e os frutos secos da floresta.
O próprio pão, alimento base da cultura local, ainda hoje é uma prova viva da paisagem de imensas searas.
Corria o ano de 1258 quando D. Afonso III doou os territórios que ostentavam o nome de Portel Mafomode a D. João de Aboim, seu mordomo-mor, o que faz deste nobre o primeiro grande Senhor de Portel. Homem douto, erudito e ilustre trovador, moldado e formado pelos anos passados em França, legou a Portugal um valioso património de cantigas de amigo e de amor, uma fonte inesgotável para o estudo e conhecimento da literatura medieva.
Com a sua morte, em 1301, o rei D. Dinis ajustou com a viúva e a sua filha a primeira troca de Portel, que assim ficou em posse da Casa Real até 1385, altura em que é doado por D. João I a Nuno Álvares Pereira, após a grande vitória portuguesa na batalha de Aljubarrota. O Condestável viria por sua vez a doar o território ao neto, Fernando de Portugal, mais tarde Duque de Bragança, passando assim o domínio de Portel para a posse da Casa de Bragança. E só em 1820, com a Revolução Liberal, é integrado na administração geral do Estado.
O Mel da Herdade Aldeia de Cima, puro e obtido sem qualquer intervenção humana, tem por base a diversidade de uma flora silvestre tipicamente mediterrânica, de grande riqueza polénica, sobressaindo o rosmaninho que cresce de forma espontânea no montado da Serra de Mendro, um ecossistema único, intocado pela poluição industrial e urbana.
As temperaturas quentes do início do verão são ideais para a extração do mel em estado líquido, pelo que a recolha acontece habitualmente entre junho e julho, no auge da produção. Já no Inverno, as temperaturas baixas podem fazer o mel cristalizar sem nunca perder contudo o seu valor nutritivo, um sinal que atesta a sua qualidade.
Com uma biodiversidade singular, a Herdade Aldeia de Cima sempre teve abundância de água, patente na existência de várias noras. As pequenas parcelas ao baixo, de terras mais férteis, eram dedicadas à́s hortas e aos pomares de figos e romãs. Nos planaltos colocavam-se as parelhas de mulas e da vacada vermelha alentejana, rebanhos de novilhos, porcos alentejanos e ovelhas sustentadas com aveia e cevada branca.
Hoje respeitamos o passado para construir o futuro.
A criação de Merinos Brancos é uma das mais antigas no Alentejo, trazida por Fenícios, Gregos e Cartagineses, nas suas viagens comerciais até à Península Ibérica. Estas ovelhas dóceis, de estrutura robusta e lã fina pastam nas grandes extensões do montado da Herdade Aldeia de Cima. O rebanho com mais de 1500 animais vive entregue a si próprio, aproveitando as pastagens naturais de um ecossistema sustentável durante todo o ano, contribuindo para a manutenção dos solos, para a sua biodiversidade e para evitar o perigo de incêndios durante o quente Verão alentejano.
Na Herdade Aldeia de Cima existe um olival lendário que resiste à passagem do tempo - a Horta dos Fontanais. Mais de uma centena de oliveiras seculares estendem-se ao longo de 1,25 ha de terreno, atestando a qualidade do solo e a capacidade de sobrevivência destes espécimes, cujo caule ressequido chega a ultrapassar, em alguns casos, os 8,5 metros de diâmetro.
O montado na Herdade Aldeia de Cima encontra-se na zona ecológica ibero-mediterrínica da Zona Ossa-Morena. O seu sistema antropogénico, baseado na presença mista de duas espécies de carvalho - o sobro (quercus suber) e o azinho (quercus rotundifólia) - fornece uma variedade de alimentos e habitats de vida selvagem, fundamental para a conservação dos solos, a regulação do ciclo da água, a diminuição das emissões de carbono e a conservação da biodiversidade.
Aqui permanecem os habitats naturais com os matos de estevas, sargaços, tojos, giestas, carrasco e silvas, entrecortados com gramíneas espontâneas, ideais para espécies sedentárias como a perdiz ibérica, a lebre, o faisão, o sisão, a raposa, o saca-rabos, o javali e o porco preto alentejano. Nestas terras livres de poluição é comum avistarmos cegonhas, pardais e pintassilgos, além de imponentes aves de rapina como o abutre-preto ou o milhafre-real.
O Mel da Herdade Aldeia de Cima, puro e obtido sem qualquer intervenção humana, tem por base a diversidade de uma flora silvestre tipicamente mediterrânica, de grande riqueza polénica, sobressaindo o rosmaninho que cresce de forma espontânea no montado da Serra de Mendro, um ecossistema único, intocado pela poluição industrial e urbana.
As temperaturas quentes do início do verão são ideais para a extração do mel em estado líquido, pelo que a recolha acontece habitualmente entre junho e julho, no auge da produção. Já no Inverno, as temperaturas baixas podem fazer o mel cristalizar sem nunca perder contudo o seu valor nutritivo, um sinal que atesta a sua qualidade.
Com uma biodiversidade singular, a Herdade Aldeia de Cima sempre teve abundância de água, patente na existência de várias noras. As pequenas parcelas ao baixo, de terras mais férteis, eram dedicadas à́s hortas e aos pomares de figos e romãs. Nos planaltos colocavam-se as parelhas de mulas e da vacada vermelha alentejana, rebanhos de novilhos, porcos alentejanos e ovelhas sustentadas com aveia e cevada branca.
Hoje respeitamos o passado para construir o futuro.
A criação de Merinos Brancos é uma das mais antigas no Alentejo, trazida por Fenícios, Gregos e Cartagineses, nas suas viagens comerciais até à Península Ibérica. Estas ovelhas dóceis, de estrutura robusta e lã fina pastam nas grandes extensões do montado da Herdade Aldeia de Cima. O rebanho com mais de 1500 animais vive entregue a si próprio, aproveitando as pastagens naturais de um ecossistema sustentável durante todo o ano, contribuindo para a manutenção dos solos, para a sua biodiversidade e para evitar o perigo de incêndios durante o quente Verão alentejano.
Na Herdade Aldeia de Cima existe um olival lendário que resiste à passagem do tempo - a Horta dos Fontanais. Mais de uma centena de oliveiras seculares estendem-se ao longo de 1,25 ha de terreno, atestando a qualidade do solo e a capacidade de sobrevivência destes espécimes, cujo caule ressequido chega a ultrapassar, em alguns casos, os 8,5 metros de diâmetro.
O montado na Herdade Aldeia de Cima encontra-se na zona ecológica ibero-mediterrínica da Zona Ossa-Morena. O seu sistema antropogénico, baseado na presença mista de duas espécies de carvalho - o sobro (quercus suber) e o azinho (quercus rotundifólia) - fornece uma variedade de alimentos e habitats de vida selvagem, fundamental para a conservação dos solos, a regulação do ciclo da água, a diminuição das emissões de carbono e a conservação da biodiversidade.
Aqui permanecem os habitats naturais com os matos de estevas, sargaços, tojos, giestas, carrasco e silvas, entrecortados com gramíneas espontâneas, ideais para espécies sedentárias como a perdiz ibérica, a lebre, o faisão, o sisão, a raposa, o saca-rabos, o javali e o porco preto alentejano. Nestas terras livres de poluição é comum avistarmos cegonhas, pardais e pintassilgos, além de imponentes aves de rapina como o abutre-preto ou o milhafre-real.
O sobreiro, sobro, sobreira ou chaparro, como lhe quisermos chamar, é uma árvore da família do carvalho (quercus) que fazia parte da vegetação espontânea da Península Ibérica e, devido à importância económica da extração da cortiça, que não implica o abate das árvores, foi plantada desde tempos remotos na Europa Mediterrânea e no Norte de África.
O sobreiro tem características únicas: é revestido por uma casca proveniente de tecido vegetal denominada súber — a cortiça — que depois de extraída da árvore se autorregenera. É a única espécie na bacia do Mediterrâneo que consegue regenerar a partir da copa quando afetada por um incêndio severo. A frondosa copa dos sobreiros pode atingir os 25 m de altura na idade adulta e o seu conjunto no montado consegue reduzir a velocidade do vento, criando um microclima menos excessivo no inverno e no verão, permitindo prolongar o período vegetativo da vegetação herbácea, para além da proteção a outras culturas.
Atingindo uma longevidade de 200 anos, o sobreiro demora 25 anos até poder ser descortiçado pela primeira vez, processo que se repete a cada 9 anos, um trabalho agrícola especializado que é o mais bem pago do mundo. Ocupando 21% da área florestal total em Portugal, criando barreiras contra a desertificação e a erosão dos solos, com um papel preponderante na retenção de toneladas de CO2, o sobreiro é uma ajuda preciosa para a redução dos gases com efeito de estufa, a principal origem das alterações climáticas e é hoje uma espécie protegida por lei, considerada a Árvore Nacional.
A Serra do Mendro tem tradições venatórias reconhecidas. A sua orografia e a flora heterogénea que aqui prospera contribuíram para que na Herdade Aldeia de Cima fosse desde sempre reconhecida pela sua caça abundante: perdiz, lebre, javali e aves pequenas. A gestão cinegética substitui a função cumprida em tempos remotos pelos predadores, evitando a degradação da flora.
Este ecossistema singular de aspeto recortado e ondulado e uma biodiversidade rica e diversa oferecem características excecionais para a caça menor, sobretudo para a perdiz ibérica que nesta terra apura a sua autenticidade, testando a destreza dos caçadores mais atentos.
No montado de sobro e azinho, com algum pinho bravo disperso, solos xistosos e maior pedregosidade, permanecem os habitats naturais com os matos de estevas, sargaços, tojos, giestas, carrasco e silvas, entrecortados com gramíneas espontâneas, ideais para espécies sedentárias como a perdiz ibérica, a lebre, o faisão, o sisão, a raposa, o saca-rabos, o javali e o veado.
Os tordos pululam nos olivais envolventes e, no Inverno, existe ainda a possibilidade de caçar o pombo torcaz com negaça. Esta espécie tem sido assídua nos últimos anos, havendo mesmo uma dormida na propriedade. A chegada a fim do dia e a partida pela manhã de milhares de pombos são um espetáculo grandioso.
"Relaçam Historica da Nobre Vila de Portel", 1730, por Francisco de Macedo da Pinna Patalim.
Obra oferecida ao Sereníssimo Príncipe nosso Senhor e Duque de Bragança, D. José, futuro Rei D. José.