2021 | 96 Pts, Altamente Recomendado, Revista Vinhos, Portugal
2021 | 18 Pts, João Paulo Martins Wines, Portugal
2019 | 92 pts, Wine Advocate, Robert Parker, Mark Squires, EUA
2019 | 92 pts, James Suckling, EUA
2019 | 92 pts, Wine Enthusiast, EUA
2019 | 93 pts, Decanter, Inglaterra
Seguia o ano de 2019 quando um dos vizinhos da Herdade Aldeia de Cima pediu aos proprietários que vindimassem as uvas de duas pequenas courelas- Cevadeira e Zorreira-, num total de 1,5 ha na zona da Cevadeira no sopé da Serra do Mendro. A vinha velha em viticultura de sequeiro era composta apenas por castas tintas tradicionais - Alfrocheiro, Tinta Grossa e Trincadeira, tratada com pouca intervenção produtiva, dando origem a uma produção muito pequena, de apenas 0.75 kg por cepa.
O solo granitoide do complexo eruptivo da Vidigueira, composto por quartzo-dioritos evoluídos, de grão médio a fino, com características muito próximas da transição dos xistos mais elevados, originando um vinho de identidade muito particular.
Estamos numa zona de transição, com solos não argilosos, constituídos praticamente por dioritos, derivados da diversidade e da falha geológica da Serra do Mendro. É nesta área ventosa no sopé da serra, em solos pobres, menos profundos e com boa drenagem, que desde tempos muito antigos se desenvolveu uma atividade complementar à floresta, a cultura cerealífera. O nome Cevadeira surge como referência ao cultivo de cevada, uma prática secular que se manteve ao longo dos anos, ocupando um lugar central na agricultura do Alentejo e de Portugal até à década de 70 do século XX, altura em que as formas livres de condução das videiras plantadas em distintas courelas nos ensinam a obter o melhor da terra de forma orgânica: canópias tridimensionais, alegres, cheias de vida, como se estivessem sempre à procura da melhor forma de esconderem os cachos dos raios solares fustigantes de Julho. Aqui, neste lugar intocado, o binómio videira-tempo é um testemunho da ancestralidade da vinha.